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Porque é que engordamos?

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A sede e a fome têm mecanismos naturais e automáticos de regulação. Até recentemente, o ser humano tinha a capacidade de se auto-regular relativamente aos alimentos mais naturais mas, à medida que os hábitos alimentares se têm modificado, com uma maior ingestão de alimentos processados, esta capacidade de regulação energética ficou diminuída. É normal que, quando entramos em défice calórico sintamos fome e quando nos restabelecemos, essa fome desaparece naturalmente. Hoje em dia é fácil perceber que este equilíbrio se encontra perturbado na população em geral, que está cada vez mais gorda e doente.

A ideia que temos de comer de 3 em 3h é uma ideia fabricada, não é natural estarmos sempre com fome. O nosso organismo para se manter saudável, não deve viver neste registo. Comer desta forma aumenta a resistência à insulina e estabelece-se o caos hormonal. A dieta padrão ocidental, muito rica em hidratos de carbono (a nossa pirâmide alimentar tem na sua base cerca de 60% de hidratos de carbono: cereais, massas, farinhas, arroz,…), o que nos obriga a comer de pouco em pouco tempo e a fazer muitas refeições ao dia. Este processo é algo que não é natural nem adaptado à nossa genética.

O que é que bloqueia o nosso controle natural da saciedade?

Os alimentos introduzidos nos últimos tempos, mais processados, em substituição aos alimentos “verdadeiros”, dão-nos algumas pistas. Na sua maioria são produtos criados para serem artificialmente muito saborosos e difíceis de resistir pois misturam hidratos de carbono (HC) simples com gorduras refinadas, que nos viciam e nos fazem perder o auto-controle natural. Conseguimos comer estes alimentos para além da saciedade, porque nos criam níveis baixos desta, desregulando-nos hormonalmente.

Além da desregulação hormonal que acontece, existe outro processo que é importante entendermos. A nossa reserva de açúcares é muito pequena e existe no músculo na forma de glicogénio que representa a nossa energia de utilização rápida. Quando esta reserva atinge o limite, a energia é transferida para reservas maiores e expansíveis que são as nossas reservas lipídicas ou de gordura. Assim, sempre que ultrapassamos a capacidade do nosso pequeno reservatório de açúcares (glicogénio), este é transformado em reservas de gordura de difícil acesso. Não gostamos de estar gordos, mas para o nosso organismo a reserva de gordura (lipídica) é uma forma de poupança de energia, que o corpo não quer gastar. Enquanto não se esvaziar o reservatório de glicogénio, essa energia de reserva não vai ser utilizada.

O Dr. Souto, faz uma analogia engraçada, que nos ajuda a compreender melhor estes mecanismos energéticos: “a reserva de açúcares é a nossa carteira e a reserva de gorduras é a nossa conta poupança. Sempre que temos dinheiro a mais na carteira, colocamos na poupança. Sempre que temos a carteira cheia, não vamos retirar dinheiro da poupança para usar”.

As nossas hormonas e a produção de insulina, são responsáveis por gerir as reservas de energia. Quando comemos um alimento rico em HC de absorção rápida (bolo, pão, bolacha…), a glicose no sangue eleva-se, que por sua vez eleva a insulina. Com a insulina elevada não queimamos gorduras e é impossível a perda de peso. Assim, se a nossa dieta for muito rica em hidratos de carbono, teremos sempre grande dificuldade em perder gordura, pois o nosso corpo não consegue ir buscar energia e gastar as reservas. Neste regime alimentar proposto, baseado em alimentos frescos, ingerimos a quantidade certa de HC mais complexos (presentes nos vegetais, tubérculos e fruta), necessários para o nosso estilo de vida. Dá-se assim um processo natural de equilíbrio da composição corporal, pois vamos recorrer cada vez menos às reservas de glicogénio e usar com mais frequência e eficiência, a energia das reservas de gordura. Este processo requer uma adaptação do organismo e normalmente demora algum tempo o processo de transição. Logo que o nosso organismo esteja adaptado a ir buscar energia às reservas, este torna-se muito mais eficiente.

O ser humano é perfeitamente adaptado a obter energia desta forma, sem recurso constante aos HC, está apenas destreinado pelos regimes alimentares incorrectos e pelos alimentos viciantes.

Para a mudança se dar, há hábitos que temos de alterar. Se quer começar, experimente os “30 dias para mudar de vida, Detox Paleo“, para que de forma fácil e guiada, consiga dar um novo rumo à sua vida;)