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CrashCourse: saber ler RÓTULOS de produtos alimentares!

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Devemos evitar ao máximo os produtos que venham dentro de um pacote e que foram processados mas, se os comprarmos, é importante saber ler os rótulos.

A União Europeia estabelece regras sobre a rotulagem dos géneros alimentícios, para que os consumidores possam tomar decisões mais informadas no momento de compra. No entanto, além das informações legalmente exigidas (rótulo com informação nutricional e lista de ingredientes), os produtores podem acrescentar as informações adicionais que entenderem e que muitas vezes conseguem confundir ou induzir em erro o consumidor.

Os produtos embalados são desenhados para serem estáveis e com um tempo de vida longo, principalmente se os compararmos com os alimentos frescos. Isto é conseguido através da manipulação dos alimentos, processando-os de forma industrial. É necessário refinar e alterar os ingredientes para que sejam o mais estáveis possível. A seguir, existe uma tentativa de repor artificialmente alguns nutrientes e de tornar o produto apetitoso, adicionando gordura e/ou açúcar refinados, sal, corantes e aromas, tornando-os assim em alimentos que sobre estimulam as nossas papilas gustativas e neurotransmissores. Ou seja, alimentos viciantes.

A indústria está muito atenta às tendências sociais e food trends. Se, em tempos, o consumidor, para poupar, procurava a embalagem grande, o consumidor actual tem preocupações em relação à sua saúde. As alegações aparentemente saudáveis da moda surgem como um selo de qualidade nos alimentos. Tudo o que diga “biológico”, “integral”, “sem glúten”, “sem lactose”, “adequado para vegetarianos”, “com probióticos”, “com menor teor de açúcar”, “light” ou “diet”, vende mais. Mas nenhuma destas alegações isoladamente garante a qualidade nutricional de um produto. In “Comer bem, crescer saudável”

Vejamos o exemplo de uma bolacha: na frente da sua embalagem, alega ter vários cereais, várias vitaminas e um selo de uma associação de pediatria colaboradora, mas no seu rótulo apresenta como primeiro ingrediente o trigo (parte em amido e farinha refinada), como segundo ingrediente, o açúcar (branco) e como terceiro, o óleo vegetal de girassol (refinado). Pode ter todas as alegações na parte da frente da embalagem, que não passa a ser um alimento saudável nem para crianças, nem para adultos.

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Saiba que o objectivo das embalagens dos alimentos não é informar o consumidor sobre os produtos, mas sim vender mais. E, para vender mais, há muito tempo que a indústria alimentar aumentou o teor em açúcar, sal e gordura refinada, tornando os seus produtos mais saborosos e viciantes. Para aumentar os lucros, os fabricantes utilizam também ingredientes mais baratos mas menos saudáveis, como os xaropes invertidos e óleos vegetais refinados. Quanto maior o prazo de validade de um produto, maior a sua rentabilidade. Nesse sentido, os ingredientes verdadeiros vão sendo substituídos por ingredientes processados. A comida verdadeira apodrece. A comida verdadeira não é invertida, hidrogenada, hidrolisada, refinada nem processada.

Olhando com atenção para a maioria dos produtos light, o teor em gordura foi reduzido à custa de um aumento de hidratos de carbono (açúcares rápidos). Em muitos deles são usados edulcorantes, cujos efeitos a longo prazo são desconhecidos e deseducam o paladar, aumentando a necessidade do consumo de doces.

Os produtos que alegam ter cereais integrais, como muitas bolachas, cereais de pequeno-almoço e pão industrial, têm apenas uma pequena percentagem de farinha integral e são muito ricos em açúcar e farinhas refinadas hidrolisadas. In “Comer bem, crescer saudável”

 

APRENDER A LER UM RÓTULO

  • Para defesa dos consumidores, as entidades reguladoras obrigam a que os produtos incluam nos rótulos os ingredientes e informação nutricional do produto. Esta é a parte do rótulo que nos interessa e que devemos ler (parte de trás da embalagem).
  • Devemos saber que os ingredientes são apresentados por ordem decrescente de quantidade, pelo que os primeiros que lemos são os mais importantes.
  • O melhor a fazer é evitar comprar alimentos com açúcar, principalmente se este for um dos primeiros três ingredientes.
  • O açúcar tem muitos nomes e devemos saber conhecê-los. Além de açúcar, nas designações pode aparecer: frutose, sacarose, glucose, dextrose, maltose, maltodextrina, amido, xarope de milho, açúcar invertido…
  • Qualquer alimento que inclua gorduras hidrogenadas e óleos vegetais deve ser excluído da nossa alimentação. Estas gorduras deram má fama às gorduras em geral, são proinflamatórias e devem ser evitadas. Se um rótulo tiver nos seus constituintes: “gordura ou óleos total ou parcialmente hidrogenados”; gorduras vegetais como óleo de soja, girassol, palma… (óleos refinados); ou margarinas, que são hidrogenadas, significa que esse produto deve ser evitado.

 

(imagens: www.organiclifestylemagazine.com)