As nossas hormonas, são uma espécie de rede wireless, servem para que as células do nosso organismo possam comunicar entre si. São assim mensageiros químicos que podem ser secretados para a circulação sanguínea de forma a chegarem a todas as células (comunicação celular endócrina); podem ter efeitos na própria célula e circundantes (comunicação celular autócrina ou parácrina); ou podem ainda, ser secretados pelos neurónios (neuroendócrina) e entre neurónios (nemotransmissores).
As hormonas são muitas e todas têm papéis distintos, mas interagem e influenciam-se umas às outras.
A nossa relação com a alimentação tem uma grande influência no nosso equilíbrio hormonal e vice-versa. Para que as hormonas consigam comunicar, tem de haver receptores, como vitaminas ou receptores membranares com estrutura fluída para que funcionem bem. Quando nos alimentamos mal em quantidade e qualidade, vamos ter consequências no equilíbrio e bom funcionamento das nossas hormonas.
Vamos a exemplos… Quando estamos mais cansados, o dia foi stressante e nos alimentamos mal, vão aparecer os “cravings” característicos do final do dia. Estes estão relacionados com a exposição ao stress, por consequência ao aumento do cortisol a hormona de resposta ao stress, que nos diminuiu a fome na fase aguda, mas quando chegamos a casa e relaxamos, desejamos comer em muita quantidade e com pouca qualidade. Fomes e “cravings” estão relacionadas com níveis altos de cortisol e níveis baixos de serotonina.
A serotonina é outra hormona, um neurotransmissor que regula o apetite e dá-nos a sensação de alegria e bem-estar, para além de regular inúmeros outros processos fisiológicos. Existe ainda a leptina que nos regula a fome dando a sensação de estarmos saciados, e todas estas se relacionam entre si.
Quando praticamos exercício físico regular, aumentamos a produção de serotonina, há uma maior produção de endorfinas e o apetite reduz-se. Quando os níveis de leptina estão regulares as fomes ficam mais controladas. Conseguimos este efeito com a regulação da glicemia no sangue ao longo do dia e regularizamos a produção de leptina (diminuição das fomes à noite).
Factores que influenciam positivamente o comportamento de todas estas hormonas são: redução do nível de stress ou uma melhor gestão deste; sono sem interrupções e o consumo regular de hidratos de carbono de boa qualidade, em refeições equilibradas e variadas, de forma a regular a glicémia no sangue ao longo do dia e garantir o bom funcionamento hormonal.
Assim, percebemos que, ao começarmos o dia com um bom e equilibrado pequeno-almoço, podemos dar uma grande ajuda ao bom funcionamento hormonal, controlando como consequência as fomes loucas, que nos levam a escolhas de má qualidade.